Após a Itália conquistar seu bicampeonato mundial de futebol, em 1938, o planeta teve que esperar 12 anos para a realização de uma nova Copa do Mundo. Idealizado para ocorrer de quatro em quatro anos, o principal torneio do esporte jogado com os pés não pôde acontecer em 1942 e 1946 em função da Segunda Guerra Mundial e do período que sucedeu o conflito. A escolha do Brasil como a sede da competição em 1950 foi uma noticia que mexeu com o povo do país. E os mineiros não queriam ficar fora dessa festa.
No entanto, a capital mineira não possuía locais com a infraestrutura necessária para abrigar partidas do porte de uma Copa do Mundo. A solução encontrada foi a construção de um estádio que estivesse apto a receber jogos envolvendo algumas das maiores seleções do mundo e que servisse também como a principal casa do futebol do Estado
Assim, em 1948, deu-se início às obras do estádio Raimundo Sampaio – nome escolhido em homenagem a um ex-presidente do Sete de Setembro Futebol Clube -, também conhecido como Independência, alusivo ao time que carrega o Dia da Independência (sete de setembro de 1822).
O então prefeito de Belo Horizonte, Otacílio Negrão de Lima, prometeu à Confederação Brasileira de Desportos (CBD) que construiria um estádio à altura de receber um Mundial. Dito e feito. Quase todo o orçamento do projeto foi doado pela prefeitura da cidade. Devido ao pouco tempo até a Copa, as obras tiveram um ritmo avançado. Em apenas dois meses, a parte da terraplenagem já estava pronta.
A felicidade da população mineira foi grande ao saber que, no dia 25 de junho de 1950, estava inaugurado o Independência, com capacidade para 30 mil pessoas (o projeto inicial previa capacidade para 45 mil torcedores). Naquela data, o estádio recebia sua primeira partida oficial, a vitória da Iugoslávia, por 3 a 0, em cima da Suíça, pelo principal torneio de seleções.
O novo palco do futebol mineiro abrigaria ainda mais dois duelos da Copa: o heroico triunfo, por 1 a 0, dos Estados Unidos sobre a toda-poderosa Inglaterra, e a goleada do Uruguai por 8 a 0 para cima da Bolívia.
De lá para cá, duelos memoráveis aconteceram no Independência, envolvendo os grandes clubes da capital – América, Atlético e Cruzeiro -, além do Sete de Setembro, e também das equipes do interior.
Após a inauguração do Mineirão, em 1965, o Independência passou a ser de propriedade do Sete de Setembro. Fundada em 7 de setembro de 1913, a agremiação proporcionava várias ações de lazer aos moradores da região do bairro Horto.
Com o passar dos anos, o Sete caiu no ostracismo até desaparecer. E, com ele, o estádio Raimundo Sampaio. O local só voltou a “dar as caras” quando, em 1986, o então governador de Minas Gerais, Hélio Garcia, promoveu uma reforma no local. A capacidade acabou sendo reduzida para pouco mais de 20 mil pessoas, mas o estádio ganhou instalações mais modernas e novas cabines de rádio e TV.
Nos anos 90, o Independência foi arrendado ao América por um prazo de 30 anos e, recentemente, passou por uma grande reestruturação, por cujo desfecho o povo mineiro aguardava ansiosamente.
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