Giorgio
De Chirico nasceu em 10 de julho de 1888 em Vólos, na região grega da Tessália,
onde seu pai trabalhava. Depois da morte deste, viajou com a família pela
Itália e pela Alemanha e ficou fascinado com a pintura do simbolista suíço Arnold
Böcklin.
Por volta de 1909 começou a pintar seus
famosos cenários arquitetônicos, solitários, irreais e enigmáticos, onde
colocava objetos heterogêneos para revelar um mundo onírico e subconsciente,
perpassado de inquietações metafísicas.
Para isso, valeram-se da perspectiva
tradicional do Renascimento florentino - que proporcionava ao conjunto uma
sensação de infinitude - de um desenho marcado e de uma luz uniforme, com
arcadas, torres, praças e fachadas.
Em 1911 mudou-se para Paris, onde no ano
seguinte fez sua primeira exposição, muito admirada por Picasso e Appolinaire.
Durante a primeira guerra mundial conheceu
num hospital italiano o pintor futurista Carlos Carrà, com quem fundou a Scuola
Metafísica.
Durante esses anos, introduziu em seus
quadros maior heterogeneidade de objetos; neles apareciam manequins, nus ou
vestidos à moda clássica, enigmáticos e sem rosto ("Heitor e
Andrômaca"), que pareciam simbolizar a estranheza do ser humano diante de
sua ambiência.
Na década de 1920, inesperadamente, De
Chirico mudou para um estilo classicista, distanciado do metafísico, e, ainda
que tenha participado da exposição surrealista de Paris em 1925, afastou-se
cada vez mais desse movimento.
Em 1940 regressou à Itália e adotou um
estilo já decididamente acadêmico, baseado em temas mitológicos e clássicos.
Faleceu em 20 de novembro de 1978 em Roma,
de uma parada cardíaca.
Com sua pintura, Giorgio De Chirico
antecipou o triunfo da estética surrealista; de certo modo, o enigma de sua
radical transformação pictórica acrescenta mais uma interrogação ao estranho
mundo de suas visões.
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