A arte do poder inteligente dos EUA
Estratégia da política externa americana deve envolver um engajamento multilateral para disseminar a democracia, os direitos humanos e combater o terrorismo
Viajei para Pequim em maio, para participar do Diálogo Econômico e Estratégico EUA-China. A pauta estava lotada, mas naqueles dias as atenções estavam voltadas para um dissidente cego do movimento de defesa dos direitos humanos, que buscara refúgio na embaixada americana. De repente, uma viagem já delicada tornou-se um teste enorme para as relações entre EUA e China.
Ao longo do tempo, a ascensão de novas potências deu-se, em geral, em termos de um jogo de soma zero. Portanto, não surpreende que a emergência de países como China, Índia e Brasil tenha levantado interrogações sobre o futuro da ordem global que EUA, Grã-Bretanha e nossos aliados ajudaram a construir e a defender.
Nesse contexto, aqueles breves dias de maio assumiram um significado maior: poderiam EUA e China dar uma nova resposta à velha pergunta sobre o que ocorre quando uma potência estável e uma potência em ascensão se encontram?
Quando fui nomeada secretária de Estado, no início de 2009, faziam-se indagações sobre o futuro da liderança global dos EUA. O país enfrentava duas longas e dispendiosas guerras, uma economia em queda livre, alianças desgastadas e um sistema internacional prestes a ceder sob o peso de novas ameaças. Nos últimos três anos, muita coisa mudou.
Sob o governo do presidente Barack Obama, os EUA encerraram a guerra no Iraque e começaram a transição no Afeganistão. Revitalizamos a diplomacia, fortalecemos alianças e retomamos a colaboração com instituições multilaterais. Embora a recuperação econômica não seja tão vigorosa como todos gostaríamos, nos afastamos da beira do precipício e caminhamos na direção certa.
Hoje, novas potências desempenham um papel maior no cenário mundial. No entanto, não estamos em 1912, quando os atritos entre a Grã-Bretanha, em declínio, e a Alemanha, em ascensão, prepararam o terreno para o conflito global. Estamos em 2012 e os EUA trabalham com novas potências e parceiros para adequar o sistema internacional aos tempos modernos, para evitar um conflito global e promover a prosperidade.
Arte? Não entendi.
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