As obras de arte milionárias do ex-dono do banco Santos, Edemar Cid Ferreira, estão no centro de uma disputa acirrada. De um lado estão os museus de São Paulo. E do outro, os credores do extinto banco.
Foi um longo caminho até os olhos do público. Em exposição, parte das obras que o Museu do Ipiranga resgatou há mais de um ano de um depósito abandonado. O acervo era de Edemar Cid Ferreira, o homem que levou o Banco Santos à falência.
O mesmo juiz criminal que condenou Edemar mandou a valiosa coleção de arte dele para sete museus.
O juiz de São Paulo entendeu que as obras, fruto de lavagem de dinheiro, pertencem ao patrimônio público. Mas a Justiça, em Brasília, modificou a sentença: uma liminar diz que os donos do acervo são os credores do Banco Santos e não os museus.
O juiz de São Paulo entendeu que as obras, fruto de lavagem de dinheiro, pertencem ao patrimônio público. Mas a Justiça, em Brasília, modificou a sentença: uma liminar diz que os donos do acervo são os credores do Banco Santos e não os museus.
Estão em disputa mais de 12 mil obras. Entre elas, preciosidades como uma bíblia do século 15 e o sarcófago de uma múmia egípcia.
“O que a Justiça Federal de primeira instância fez, nesse caso, é ter sensibilidade suficiente pra usar ao menos parte desses recursos desviados e investidos em obras de arte para devolver à sociedade a possibilidade de se valer um pouco desse beneficio cultural trazido por elas”, explica o procurador Silvio Martins.
Mas os credores querem dinheiro. Defendem o leilão do acervo, avaliado em R$ 40 milhões e dizem que se os museus querem as obras, o governo deve pagar por elas.
“Esta é uma sensibilidade que tem que vir do estado, não do administrador judicial que tem o seu papel de defender credores, não de defender museus”, acredita o administrador judicial Vânio Aguiar.
Os diretores dos museus estão apreensivos, à espera da decisão definitiva da Justiça, ainda este mês.
“Foi um grande investimento, foi um grande esforço e o meu grande temor é que isso seja vendido e mandado para mãos particulares novamente e que o público, que a sociedade brasileira não tenha acesso”, diz a diretora do museu Eni Sâmara.
“Foi um grande investimento, foi um grande esforço e o meu grande temor é que isso seja vendido e mandado para mãos particulares novamente e que o público, que a sociedade brasileira não tenha acesso”, diz a diretora do museu Eni Sâmara.
http://jornalnacional.globo.com/Jornalismo/JN/0,,AA1480994-3586-648503,00.html
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